O Brasil conhecia novos tempos, com as Revoluções de 30 e 32 e, principalmente, com o fim da Política do Café com Leite que marcou a República Velha. O país começava a se urbanizar, com uma nova classe de pequenos empresários que começava a crescer. Americana fazia parte desta transformação e vivia um momento interessante de sua história, que mais tarde a transformaria em um grande polo em nível nacional; em várias casas da região central e do Bairro Carioba.
Antonio Biasi, filho de imigrantes italianos do Venetto, pai de quatro filhos (Maury, Durval, Erothides e Alvim) e casado com Adélia, espanhola, com visão empreendedora, funda a Biasi Têxtil, e assim se inicia uma rica história.
Em pleno período de intensa turbulência social e política, o país tem que se ajustar dentro de uma nova ordem mundial, em plena 2ª Guerra Mundial, enfrentando racionamento de produtos e matérias-primas. Entretanto, os negócios seguem trilhando e o projeto de ampliação da empresa sai finalmente do papel em 1941, com um ousado investimento em novos teares. Era o início de uma produção mais agressiva de tecidos.
 

Com o falecimento de Antônio Biasi em 1941, apenas um ano após grandes investimentos em melhorias, assume a posição de peça principal da empresa, Maury Biasi – com apenas 22 anos - que passa a ser também cabeça da família em lugar de seu pai Antônio.

Maury Biasi, primogênito dos irmãos Biasi, se torna referência para os negócios da família, trazendo consigo nessa empreitada seu irmão Durval. Foram tempos em que as jornadas eram duplas: Durval trabalhava como empregado em outra empresa, além de se dedicar à empresa da família.

Os outros irmãos, Alvim Biasi e Erothides Biasi, mais tarde também seriam oficialmente proprietários da empresa. Começam então, juntos a rumar a períodos de prosperidade. A fabricação de Algodão e Rayon para vestuário, com produção mensal em torno de 3 a 4 mil metros era motivo de comemoração.

 
Aproveitando-se do quadro de necessidades de substituição de importações, do surgimento de uma indústria de base nacional (CSN e Companhia Vale do Rio Doce) e de uma emergente indústria de bens de capital, a empresa se organiza e cresce, com Maury dedicando-se mais à parte comercial, Durval responsável pela produção, Alvim na parte contábil e Tilde em áreas da produção interna, a empresa registra sua primeira alteração contratual e passa a se chamar Maury Biasi e Irmãos. A essa altura, a empresa já contava com uma capacidade produtiva maior - cerca de 30.000 metros mensais . Sempre com a produção voltada para moda feminina a empresa teve o discernimento de acompanhar os novos lançamentos de novas matérias-primas e das tendências, utilizando-se, então, de fibras naturais e artificiais da época. Durante essa década a empresa contrata seus primeiros funcionários e termina os anos 50 com 10 colaboradores.
 
Em pleno período da política dos 50 Anos em 5 que marcaram a era JK, o Brasil Campeão do Mundo de Futebol, a introdução da indústria automobilística brasileira, o surgimento e reconhecimento internacional da Bossa Nova e a construção de Brasília, a Biasi passa por um marco em sua trajetória. Concomitantemente, Americana tem um período de grande prosperidade, ganhando um honroso título, da revista O Cruzeiro, de A Cidade que Mais Cresce no Brasil. A honraria se devia, principalmente, ao setor têxtil: era a afirmação da Princesa Tecelã! Nesta época, a Biasi muda-se para um prédio quatro vezes maior e adquire teares automáticos. Foi uma das primeiras empresas a adquirir esse tipo de tecnologia. Sua capacidade produtiva teria um grande aumento desde então e a qualidade dos produtos oferecidos passa a ser cada vez mais aperfeiçoada.
 
O novo século traz novos desafios, pois a abertura política iniciada nos anos 1980 e consolidada na década anterior - aliada à estabilidade da moeda - levou à abertura do mercado brasileiro ao maior nível de concorrência externa que este país já viveu. Mesmo com a nova realidade de consumo, a grande concorrência e a variação de tecidos ditadas pela moda, a Biasi Têxtil segue seu destino mantendo-se entre as principais empresas do segmento.
Com uma capacidade produtiva de 300 mil metros de tecidos/mês, atualmente a Biasi Têxtil possui 3 linhas de produtos, todas são beneficiadas pela tradição e por todo Know-how adquirido pela empresa durante estes 80 anos de história. A experiência adquirida ao longo dos anos no desenvolvimento de produtos, cada vez com mais qualidade, proporciona hoje aos clientes, o privilégio de usufruir de produtos sofisticados, modernos e aprovados em criteriosos processos de qualidade.

Novos Produtos:
A Linha Profissional da Biasi Têxtil possui tecidos 100% microfibra para calças e camisas (liso e maquinetado)  desenvolvidos com fios que oferecem toque suave e macio, maior resistência à lavagem e rapidez na secagem. Proporcionam extremo conforto e aparência impecável em uniformes. Tecido ideal para laboratórios, hospitais e escritórios.
A Linha Decoração possui tecidos elaborados em bases como, voile, monofilamento, fios tintos, linho e fios fantasia, nas versões lisas e amassadas, oferecem ampla variedade de desenhos, inclusive em Jacquard. A mistura de fibras naturais (linho, viscose, algodão, seda) associada a fios fantasias (botonê, bouclê, flamê, lurex) proporcionam maior diversidade na linha de decoração.
Para atender ao universo da moda, a Biasi Têxtil lançou recentemente a Linha Fashion.
De olho na modernidade e comprometida em fazer parte desta particular fatia do mercado, a Biasi conta, para este segmento, com equipe exclusiva de criação e desenvolvimento de conceitos, baseados nas mais importantes e sempre atuais tendências de moda em todo o mundo.
Tecidos produzidos com a já conhecida e premiada qualidade Biasi Têxtil, que garantem com padronização e toque de requinte diferenciado, o sucesso dos profissionais da moda.

 
Fernando Collor de Mello é o primeiro Presidente da República eleito pelo voto direto e universal, após 30 anos. Implanta o Plano Collor que sequestra os depósitos bancários para combater a inflação, que atingia 85% ao mês. Com o repique da inflação, o governo identifica no setor de vestuário "a causa" do insucesso de sua política de combate inflacionário e, na calada da noite, zera as alíquotas do Imposto de importação para tecidos e vestuário. A indústria têxtil nacional passa, de uma hora para outra, a ter que disputar o mercado interno com tecidos asiáticos com custos de produção - principalmente, devido à carga tributária, encargos sociais e taxa de juros - significativamente menores. Tecelagens são desativadas e as que permanecem em atividade sofrem dentro de um ambiente turbulento. Com a terceira geração da família em seu comando, foram adotados rígidos processos de qualidade e padronização que envolviam todas as etapas de produção a fim de garantir a excelência no aspecto do produto final. A linha de cortinaria surge como mais uma grande novidade no mercado, feita a partir de fios diferenciados como o linho e os fios fantasia. Esta nova linha de produtos agrada e tem produção em grande escala. Nessa década, com 180 colaboradores, a empresa realiza a substituição de 160 teares por máquinas de pinça rápida que dobrariam a produção, que chegou a 230 mil metros de tecidos.
 
O poliéster é apresentado à empresa e com isso artigos para moda masculina, passam a fazer parte do portfólio da indústria. A produção de tecidos a base de poliéster atinge cerca de 50% da produção mensal e agrada aos consumidores de forma singular. Em pleno período do Milagre Brasileiro, e em mais uma demonstração de pioneirismo, a Biasi é a primeira empresa têxtil da região a importar teares de projétil Sulzer, de duas larguras, já antevendo a necessidade de aumento de escala de produção que os novos tempos passam a exigir. Com mais de 60 colaboradores, novos teares cada vez mais modernos e em meio a uma produção de 140 mil metros, países da América Latina passam a absorver produtos Biasi e a consolidação da empresa como referência têxtil era cada vez mais evidente.
 
O pioneirismo na aquisição de tecnologia importada foi o grande diferencial da Biasi Têxtil durante os anos de 1960, a produção já girava em torno de 70 mil metros e a qualidade conferida pelos investimentos em modernidade abriram as portas para exportações para os EUA, com grande aceitação. A introdução do Nylon foi o diferencial nos tecidos da época.
 
Os anos 1980 foram marcados, principalmente, pela especulação mercantil e financeira devido à combinação de mercado fechado e inflação fora de controle. Intervenções constantes sem sucesso dos diversos governos, como controle de preços no atacado, levaram a inflação mensal a atingir níveis estratosféricos. A indústria em geral é estimulada a se dedicar mais ao departamento financeiro do que com qualidade e inovação. Na contramão desta realidade, a Indústria de Tecidos Biasi S/A prossegue na sua política de investimentos. Com a entrada, na década anterior, do poliéster na linha produção, tecidos para decoração começam a ser fabricados e também são bem aceitos em outros países, com isso toda a linha de produtos da Biasi faz sucesso no Brasil e no exterior. A mescla de fios é aperfeiçoada, a junção de viscose e poliéster, o surgimento do rami, somadas às habilidades técnicas de criação da empresa, promovem novas opções de tecidos ao mercado.